Arte na Paisagem na Beira Baixa:

Cortiçada Art Fest (2019-2020)

Farol dos Ventos

Serra das Talhadas, Chão do Galego, Proença-a-Nova

O Farol dos ventos é uma obra de arte na paisagem, cujo movimento delicado dos cabos náuticos coloridos, surge como um sinal que não se impõe mas que se revela quando procurado, assinalando algo que já aconteceu e que vai acontecer, como quando se alcança o cimo da montanha. Próximo da histórica Buraca da Moura, da recente via ferrata e da Torre de Vigia desenhada por Álvaro Siza Vieira, na Serra das Talhadas.

Véu

Parque da Carvalha, Sertã

Véu é uma instalação sinestésica de 12m com uma sequência ondulada de seis chapas espelhadas aparentemente suspensas e por onde os visitantes podem caminhar. Situada sobre o açude da Ribeira da Sertã, a obra de arte quando vista da ponte Filipina, reforça a relação da Vila com a paisagem rural num aparente equívoco de memória. Talvez concorra para uma reapropriação do lugar como convergência entre a vila e a ruralidade.

Moongate

Ribeira de Oleiros, Oleiros

Moongate é uma instalação circular com 2m de diâmetro, em tons âmbar com texturas e transparências em aparente transformação. Suspensa sobre a Ribeira de Oleiros, a obra de arte envolve os visitantes numa experiência de ilusão dos sentidos que convida à contemplação. A iluminação nocturna reforça o poder magnetizante e misterioso da obra sobre a ribeira.

Equipa da Organização da Cortiçada Art Fest

Arte na paisagem da Beira Baixa é um projecto em co-autoria com Sofia Marques de Aguiar.

Sofia Marques de Aguiar é arquitecta e artista plástica que tem desenvolvido um extenso trabalho no cruzamento de várias áreas plásticas. Na diversidade e a experimentação de Sofia permanecem e transparecem o seu mundo criativo e uma criteriosa sensibilidade à composição e à experiência estética. É fundadora da Fábrica de Artes Cubano (FAC) em que desenvolveu uma intensa actividade criativa com equipas artísticas interdisciplinares com uma forte aposta na integração e coesão social e comunitária.

MAGMarta Aguiar e Mariana Costa, desenvolvem projectos de desenho e produção de obras criadas intencionalmente no sentido de despertar interesse estético e um apropriação. Estas obras têm como premissa lugares específicos – espaços construídos ou paisagens – e a sua transformação recriando um sentido de pertença. Como empresa de serviços de arquitectura, urbanismo e obras de transformação de lugares e paisagens MAG-Marques de Aguiar desenvolve cada projecto de acordo com um método de acção estruturado em objectivos, responsabilidades individuais e na co-criação.

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a história do projecto

A Encomenda e a Análise do Programa

O projecto Cortiçada Art Fest nasce da vontade dos municípios de Proença-a-Nova, Oleiros e Sertã em contribuir para uma inversão da desertificação do território através de uma aposta consistente na cultura.

A nossa proposta foi definida com os municípios num processo longo de análise e leitura da paisagem cultural. Uma proposta delineada em conjunto e que assim supera os limites do programa e surpreende o próprio cliente.

Uma Proposta para a Paisagem Cultural da Beira Baixa

Nesta paisagem humanizada, como referiam Orlando Ribeiro e Ilídio Araújo, o abandono e a catástrofe ecológica dos incêndios cíclicos justapõem-se à escassez de habitantes, às vivências urbanas, a uma forte programação cultural e ao crescente turismo de natureza.

A proposta “Cortiçada Art Fest” tem como objectivo desenvolver uma identidade e um sentido de pertença da comunidade alargada dos territórios dos três municípios. O objecto final e o método de acção é a concretização de um roteiro de 5 obras de arte na paisagem num processo de envolvimento das populações e das instituições.

O Programa

Nesta paisagem humanizada, como referiam Orlando Ribeiro e Ilídio Araújo, o abandono e a catástrofe ecológica dos incêndios cíclicos justapõem-se à escassez de habitantes, às vivências urbanas, a uma forte programação cultural e ao crescente turismo de natureza.

A proposta “Cortiçada Art Fest” tem como objectivo desenvolver uma identidade e um sentido de pertença da comunidade alargada dos territórios dos três municípios. O objecto final e o método de acção é a concretização de um roteiro de 5 obras de arte na paisagem num processo de envolvimento das populações e das instituições.

Os Lugares

A selecção dos lugares do roteiro e de cada obra tem como objectivo promover o interesse colectivo da comunidade sobre o “seu” território (comunidade no sentido lato e incluindo quem habita ou habitou, quem visita, trabalha ou actua neste território).

Lugares que pontuam geografias diversificadas – de montanha, de rio, de aldeia ou vila – e que evidenciam diferentes valores de paisagem – de lendas, de transformações seculares de exploração mineral e agrícola, de desenho do espaço público.

Projecto e Produção

O projecto e a produção de cada obra é desenvolvido em co-autoria num processo articulado de ajustamentos progressivos. Com o objectivo de apurar a experiência estética da obra de arte pelo observador, até ao final da montagem, ajustamos o lugar específico de montagem, desenvolvemos o projecto ou a produção do conceito ao detalhe e apuramos a relação da obra com a experimentação dos materiais.

Na relação com o lugar adequamos a obra às especificidades do detalhe do lugar e das estratégias para os melhoramentos da envolvente, ajustando perspectivas, pontos de vista e a aproximação e toque à obra. Ao nível do desenvolvimento da obra, através do aprofundamento do projecto e da manipulação da matéria, hierarquizam-se valores estéticos e concretizam-se soluções de rigor e qualidade para obras permanentes. Exploramos a experimentação das potencialidades estéticas dos acabamentos e da relação da luz com a matéria até à montagem final.

Acções de Envolvimento: Instituições e Associações

As acções de envolvimento – acções comunitárias – têm a dupla vertente de identificação de valores culturais e de comunicação e divulgação pedagógica.

O registo e interpretação dos lugares e das obras de arte é um “desafio” com forte adesão e divulgação pela comunidade (residente e da diáspora),que é potenciado pela geração mais nova através das actividades do “Centro Ciência Viva e Floresta” e das “Férias Desportivas”. O reconhecimento, o registo e a divulgação de memórias e lendas, de vivências de abandono e de mudança são o fio condutor que é progressivamente desenrolado com as Associações (na fotografia com Ana Louro, Sobral Fernando) e com a Bibliomóvel (em que Nuno Marçal apoia os mais isolados).

Acções de Envolvimento: Acontecimentos Locais

O entendimento da paisagem alicerça-se na participação em eventos e momentos de encontro de longa data como a apanha da azeitona e as festas das aldeias, em celebrações excepcionais, nos workshops das associações e em jogos dinamizados por nós como com os escuteiros da vila da Sertã.

Conversas à Janela da Paisagem

As “Conversas à Janela da Paisagem” decorrem da necessidade de reforçar o envolvimento através de meios digitais devido à pandemia e de colocar em perspectiva questões estruturantes do projecto (o lugar da arte na paisagem e o aprofundamento de um sentido de pertença a um território).

O convite foi lançado a profissionais reconhecidos de diferentes áreas da arte, da paisagem e da cultura – Camilo Rebelo, Laura Castro, Hélio Loureiro, Marta Cruz, David Viana, Inês Cardoso – para assim partilhar nas redes sociais apontamentos de uma reflexão alargada.

Visitas à Obra

As visitas à obra em directo são uma acção de envolvimento que privilegia a divulgação através de pessoas já envolvidas no processo – pelas associações, instituições ou proximidade local – e de pessoas que pela sua relação com a região e desenvolvimento profissional influenciam a comunidade regional e a sua a diáspora. A comunidade alargada acompanha assim a execução progressiva de cada uma das obras de arte.

Desafios

Através das plataformas digitais lançam-se “Desafios” de interpretação de cada uma das obras de arte na paisagem. Poemas, pinturas, fotografias e desenhos partilham entendimentos das obras e dos seus lugares, associando lendas e memórias, características geográficas e ecológicas, experiências estéticas e conceitos artísticos.

Através das acções com o Centro de Centro Ciência Viva e Floresta e as “Férias Desportivas”, ou pela participação espontânea, os desafios surpreendem pela apropriação dos lugares alterando nomes e propondo metáforas e representações.

Devolução das Obras à População: Inauguração (Cortiçada Weekend)

A inauguração é um momento sinalizador da devolução das obras e do roteiro de arte na paisagem às populações:

Sinal de integração na região e nos lugares do Roteiro, através da programação de workshops com artistas e artesãos da região e de concertos nos lugares das obras.

Mas também sinal da importância da articulação entre as estratégias culturais a longo prazo (referido por Américo Rodrigues e de Suzana Menezes), as acções dos decisores políticos (evidente nas palavras dos presidentes dos municípios) e a fundamentação consistente de projectos artísticos e de transformação da paisagem.

Entrega da Obra

Através das plataformas digitais lançam-se “Desafios” de interpretação de cada uma das obras de arte na paisagem. Poemas, pinturas, fotografias e desenhos partilham entendimentos das obras e dos seus lugares, associando lendas e memórias, características geográficas e ecológicas, experiências estéticas e conceitos artísticos.

Através das acções com o Centro de Centro Ciência Viva e Floresta e as “Férias Desportivas”, ou pela participação espontânea, os desafios surpreendem pela apropriação dos lugares alterando nomes e propondo metáforas e representações.

Observadores Externos

A presença de observadores externos – Laura Castro e Nuno Grande – permite a leitura do projecto Cortiçada no âmbito de outros projectos artísticos e de intervenção na paisagem.

Acções de Continuidade

No evento presencial de Entrega da Obra, nas Inaugurações e noutros momentos posteriores à execução das obras foram entregues flyers com apontamentos das intenções estéticas e entendimentos do lugar, da escolha dos materiais, da instalação e dos desafios da manutenção.

Paralelamente ao desenvolvimento das restantes obras foram executados planos de sugestões de melhoramentos dos caminhos, do lugar e da envolvente, com o objectivo de orientar as futuras intervenções na paisagem.

Apresentação dos projectos de Arte na Paiasagem e de desenvolvimento Territorial da equipa MAG . Marques de Aguiar, Arquitectura e Urbanismo