Museu Experimenta Paisagem em 2 dias
Cada um encontrará a sua forma preferida de visitar o Museu, mas esta é a nossa sugestão de como aproveitar 2 dias no território do MEP!
No primeiro dia descobrimos novos lugares através das obras de arte Véu, Farol dos Ventos e Magma Cellar!
E no segundo dia o trilho e a obra Menina dos Medos e terminar com a visita à obra Moongate.
DIA 1
1. VÉU, Sertã
Comece pela Sertã e conheça a obra de arte Véu
Desça até ao parque da Carvalha, mesmo no coração da vila da Sertã. Aqui, sobre a ponte Filipina, irá ter uma das perspectivas mais bonitas sobre o Véu. A obra constituída por chapas metálicas curvadas, reflete a paisagem que a envolve. O movimento das chapas foi desenhado e produzido com grande rigor, para criar a ilusão de leveza, como se a brisa curvasse as chapas. Esta obra é da autoria de MAG – Marta Aguiar e Mariana Costa – com Sofia Marques de Aguiar, o colectivo que lançou o projecto Cortiçada Art Fest em 2020.
Coordenadas ponte Filipina: 39.79989004511168, -8.098897595875727
Pode-se aproximar da obra e descobrir uma infinidade de reflexos inesperados! Desde a ponte filipina, aos visitantes, às ovelhas e à água a precipitar-se sobre o açude.
Se tirar uma foto com o Véu partilhe-a nas redes sociais com #veudasertã.
Aproveite também para estar atento aos sons, sob o Véu, nas margens, na ponte… Assim como as imagens espelhadas pelo Véu, os sons que o envolvem refletem uma localização invulgar, que sublinha o limite entre o urbano e o rural.
Ainda no Parque da Carvalha, no sentido montante da ribeira, há uma praia fluvial irresistível nos dias de maior calor. A Praia Fluvial da Ribeira Grande é uma alternativa cómoda e segura para se refrescar sem fazer longas viagens. Depois dos mergulhos, pode almoçar nas redondezas. Na vila há muita oferta com óptima relação preço- qualidade.
2. FAROL DOS VENTOS, Chão de Galego
Nos dias quentes a melhor altura para fazer uma caminhada na serra das talhadas é de manhã cedo.
A subida ao Farol dos Ventos, faz-se desde o parque de caravanas de Chão do Galego através de um estradão. É possível subir de carro a serra por esse estradão. A primeira paragem pode ser feita no alargamento com a bifurcação para a Buraca da Moura.
Numa curta caminhada chega-se ao sopé da rocha onde está instalado o Farol dos Ventos, mesmo ao lado da Buraca da Moura. A proximidade da obra de arte à gruta propõe ao visitante uma eventual reflexão sobre a identidade do lugar. A transição das terras altas para as terras baixas, feita pela Serra das Talhadas, é um marco relevante no território não só a nível geográfico mas também cultural.
Estando próximo do Farol dos Ventos é possível descobrir novos enquadramentos da natureza e surpreender-nos com as cores dos cabos em constraste com o céu e as rochas. É possível compreender o grau de dificuldade de execução da obra, a forma como os cabos estão ligados, procurando ferir a rocha o menos possível.
Esta obra da autoria de MAG – Marta Aguiar e Mariana Costa – com Sofia Marques de Aguiar é uma das mais emblemáticas do Museu Experimenta Paisagem, tem 37 metros de comprimento e é composta por cabos náuticos produzidos em Portugal.
Convidamos o visitante, a escolher uma rocha junto ao #faroldosventos para repousar e contemplar a subida da serra. Ver as aldeias próximas e a sua relação com as mais distantes. Retomar o fôlego para continuar a visita.
Depois deste momento de observação é possível continuar a subir a serra de carro e espreitar a torre de vigia projectada pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira.
Se optar por subir a pé sugerimos que contorne a rocha onde está instalada a obra Farol dos Ventos
e suba a serra até à torre. A torre é um local maravilhoso para ter uma vista panorâmica sobre o território e conhecer o trabalho dos guardas florestais Pode continuar pela crista da serra até à aldeia de Rabacinas, ou descer até Chão do Galego. Se for almoçar no restaurante da Catraia, sugerimos que faça um pequeno desvio, passando pela aldeia de Montes da Senhora.
Esta aldeia fica a 5 minutos de Chão do Galego e é um ponto de paragem obrigatório para quem quer tirar uma fotografia à serra das Talhadas com o Farol dos Ventos iluminado pelo sol e a torre de vigia do arquitecto Álvaro Siza Vieira atrás.
Coordenadas da vista do Farol desde os Montes da Senhora 39.774469, -7.801727
Se quiseres mais informações obre o trilho fala com Marta Palhim (walk.with.marta@gmail.com).
3. MAGMA CELLAR, Cunqueiros
Depois do almoço, se quiser divertir-se num espaço fresco, planeie a sua visita a Cunqueiros com a Associação Recreativa e Cultural de Cunqueiros (número Nuno Caldeira, Luís Sequeira, Margarida). Pode visitar as adegas, provar os produtos da marca #texturasdexisto produzidos pelos habitantes de Cunqueiros e por fim repousar na instalação Magma Cellar.
Esta é uma obra que celebra o encontro e, ao contrário das restantes, é, ela própria, um abrigo, onde cada um se pode sentar e até deitar. A interação do visitante com a obra pode criar fotografias muito divertidas, e desafiamos todos, com cuidado, a dar asas à imaginação e partilhar a #magmacellar com os seus amigos.
Coordenadas da Magma Cellar: 39.8155652351444, -7.842102567097951
A estrutura metálica da peça é revestida com xisto aquecido em forno cerêmico. As autoras da obra, MAG – Marta Aguiar e Mariana Costa – com Sofia Marques de Aguiar, usaram o xisto, para reforçar o valor do aglomerado urbano antigo da aldeia. Sugerimos que acompanhe a ribeira e descubra as quelhas conformadas pelas antigas casas de xisto.
DIA 2
1. TRILHO DA MENINA DOS MEDOS, Sobral Fernando
Dedique o início deste dia para descobrir a paisagem deslumbrante que envolve a obra de arte Menina dos Medos e fazer o respectivo trilho cultural.
Dificuldade: alta | Distância: 5km
O trilho começa na aldeia de Sobral Fernando, ao lado do café da Associação para o Desenvolvimento do Sobral Fernando. Na parede exterior da associação há uma placa com a apresentação da obra da Menina dos Medos e o primeiro QRCode com informação sobre o trilho.
Coordenadas do início do trilho 39.73564782695492, -7.7628956089729275
À direita, junto ao muro de uma casa com escada (que antigamente era um palheiro) o início do trilho está assinalado com setas vermelhas sobre fundo amarelo, numa rua estreita entre duas casas.
Seguindo as marcações, as placas e o mapa (ver aqui) é possível aproximarmo-nos do Escalão onde está a Menina dos Medos. A obra e o trilho, têm como ponto de partida a percepção da paisagem nas margens do rio Ocreza, marcada pela sobreposição dos tempos sem uma ordem ou lógica de fácil entendimento. As histórias associadas ao rio, ao seu atravessamento sem ponte, à precaridade ainda recente estão profundamente ligadas a inseguranças e a medos, intensificados pelo excesso daquela paisagem.
Em cada ponto assinalado no mapa existem placas de identificação do lugar e o respectivo QRCode, que permite aceder ao site e visualizar um vídeo de apresentação de uma história, memória ou explicação técnica sobre cada local. Assim, os visitantes do Trilho da Menina dos Medos terão ao seu dispor uma visita guiada, mesmo que virtual, dada por alguns dos que conhecem melhor estas duas margens do Ocreza.
No Sobreiro das Memórias conheça a história dos Medos, contada pelo José Dias, e desafie-se a Acreditar!
O laranjal e o olival apresentam momentos diferentes de aproveitamento agrícola da encosta. O laranjal do Bernardino Dias representa, não só a progressão pessoal, como o desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida dos habitantes da aldeia hoje em dia. O olival retrata também a economia do passado. Um exercício interessante que o visitante pode fazer é olhar para a serra e imaginar que as margens do rio eram todas olivais como o do José Dias.
Depois do Olival, na descida, deve-se redobrar cuidados, por ser uma zona inclinada e de piso irregular. No final há uma rocha com “degraus” escavados e um cabo de aço que facilita a subida até ao Escalão (esta parte não é difícil nem vertiginosa), a rocha junto ao local onde a obra Menina dos Medos foi instalada.
A escultura da Menina dos Medos é feita em alumínio lacado de branco e figura uma menina, delicada e pequena, sentada a observar o leito do rio. Envolvida por uma garganta rochosa abrupta, esta figura silenciosa evoca a escala humana no excesso das memórias geológicas. A obra da autoria de MAG – Marta Aguiar e Mariana Costa – com Sofia Marques de Aguiar foi inaugurada em 2021 no dia do ambiente, 05 de Junho, como manifesto de sensibilização à despoluição do rio Ocreza.
Seguindo o trilho, a subida seguinte merece algum cuidado uma vez que o piso é em pedras roladas (não é perigoso se percorrido com cuidado).
Até às Portas de Almourão vale a pena desfrutar da paisagem com vagar. Encontrar os grifos no céu, encontrar poços de água límpida nas margens do rio, sentar e ouvir os sons ao redor. Por vezes distante, por vezes próximo, disfrute da proximidade ao rio e das sensações que provoca.
Nas Portas de Almourão, um geomonumento onde o rio “esventrou as fragas quartzíticas”, propomos que faça uma pausa maior, comer qualquer coisa antes de começar a subir a serra.
O trilho é circular e de fácil acesso a partir daqui. Seguindo o estradão chega-se diretamente à aldeia de Sobral Fernando. Caso queira descobrir um pequeno segredo desta serra, sugerimos que vá até ao Poço da Lapa, percorrendo o circuito completo do trilho. No Poço da Lapa a água não esgota, mesmo no Verão, há um fio que corre desde o topo da serra. Em dias de grande chuvada transforma-se numa cascata frondosa.
No regresso à aldeia partilhe a sua aventura connosco usando #trilhomeninadosmedos nas redes sociais.
Se quiseres mais informações obre o trilho fala com Marta Palhim (walk.with.marta@gmail.com).
2. MOONGATE, Oleiros
Para terminar o dia, propomos a visita à obra de arte Moongate ao pôr do sol.
Esta obra em resina, está suspensa sobre a ribeira de Oleiros, junto à ponte da Torna. É um lugar muito tranquilo, perfeito para estender uma manta e relaxar numa das margens.
Coordenadas da Moongate: 39.91627009044408, -7.9108639145692905
À noite, quando está iluminada, a Moongate ganha uma aparente profundidade. Os reflexos âmbar intensificam-se e provocam uma sensação electrizante e misteriosa.
Esta obra da autoria de MAG – Marta Aguiar e Mariana Costa – com Sofia Marques de Aguiar foi inaugurada em 2020 e sinaliza uma das personalidades mais relevantes da história de Oleiros, o padre jesuíta António de Andrade, o primeiro europeu a chegar ao Tibete. As cartas que escreveu sobre a sua viagem pelo Oriente, editadas no livro “Cartas do Tibete” inspiraram a criação da Moongate, que pela forma, cor e texturas, evocam a entrada num jardim distante.
A utilização de resina na sua constituição é também uma referência a um recurso importante da região nas décadas passadas: a resina do pinheiro.
Moongate convida os que habitam e os que exploram a região a reapropriarem-se do lugar e das suas memórias. Se quiseres partilha com os teus amigos e familiares com #moongateoleiros.
Para passar a noite sugerimos o Camping Oleiros, onde encontrarás um lugar tranquilo para descansar e recarregar as tuas baterias para o dia seguinte.
E assim termina um dia cheio de aventura pelo Museu Experimenta Paisagem! Não te esqueças de nos contares tudo através das nossas redes sociais.